sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Núcleo de Teatro da UFPel na UNIPAMPA.

Os alunos-bolsistas Elias Pintanel, Martha Grill, Maurício Rodrigues e Tai Fernandes se apresentaram no II Seminário de Capacitação Profissional: Formando a Identidade Unipampa que ocorreu nos dias 9, 10 e 11 de agosto de 2010 em Santana do Livramento - RS.
Integrantes de todos os Camps da Universidade Federal do Pampa assistiram as três esquetes do Núcleo de Teatro da UFPel que divertiram e abordaram temas debatidos nos três dias de seminário.
Essa ação integra o projeto Escola Itinerante de Espectadores do PROEXT 09/10.
. fotos Fabrício Marcon

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O Núcleo na rede.


Nossa viagem à Paranaguá-PR foi documentada pelo Jornal cultural E-Cult.
Confira a matéria na íntegra:
http://www.ecult.com.br/o-que-ler/nucleo-de-teatro-universitario-da-ufpel-se-apresenta-em-paranagua-pr/4178

terça-feira, 3 de agosto de 2010

I Seminário de Pedagogia a Distância de Paranaguá-PR

O Núcleo de Teatro UFPel fez as malas e pela primeira vez, em sua totalidade (todos os atores, o figurinista e o diretor), foi trocar experiências para além das fronteiras do nosso estado.Aterrizamos em solo Paranaense para participar do I Seminário de Pedagogia a Distância de Paranaguá, pólo da Ufpel de Educação à distância.

Na manhã do dia 17 de julho de 2010, com a presença de mais de 250 professoras (es) e alunas (os) do curso de Pedagogia a distância, o professor e coordenador do projeto, Adriano Moraes de Oliveira deu a palestra “Teatro e Imaginário” seguido pela apresentação da peça, de autoria do mesmo, “...e o gato não comeu!!!” que o núcleo vem trabalhando no decorrer desse semestre.

Durante a tarde os integrantes do núcleo ofereceram oficinas de teatro, abordando temas como contação de histórias, jogos teatrais na educação, espaço cênico na escola, expressão corporal e figurino. Além disso, também participaram das oficinas oferecidas pelas alunas do curso de Pedagogia à distância, que permeavam assuntos desde educação inclusiva, passando por educação pela paz até gestão escolar.

A experiência foi muito gratificante, deixando claro o valor da troca e a necessidade da contínua discussão sobre o tema educação.

Abaixo o parecer pessoal dos integrantes do núcleo de teatro UFPel sobre a viagem a Paranaguá.

Experiência em Paranaguá – PR


O núcleo de teatro da UFPel, projeto de extensão, foi convidado a apresentar seu espetáculo infantil: E o gato não comeu no Congresso da Pedagogia, EAD (ensino a distância) via UFPel.

Este espetáculo trata de brincadeiras criadas por crianças, que leva até os mais antigos a relembrarem sua infância. Também fomos encarregados de ministrar algumas oficinas de Teatro.

Achei muito interessante a oficina que participei no congresso: Inclusão na Educação, pois aprendi que é mais fácil do que parece incluir.

No Paraná, particularmente, o governo investe em materiais para incluir portadores de necessidades especiais. Tive contato nesta oficina com um deficiente visual, e percebi através de seu depoimento que na verdade é ele quem acaba ensinando aos professores. Já tendo sido rejeitado, não desistiu de estudar e busca ensinar aos professores métodos para sua aprendizagem.

Pude perceber que a educação está impregnada naquelas pessoas e em suas atitudes (na maioria delas pelo menos) e isso me fortalece a continuar em um curso de Licenciatura.

A idéia de que não há um ensinamento autoritário (de fora para dentro) e sim uma troca entre aluno e professor fica cada vez mais intensificado em mim. E desse método (construtivista) utilizei-me quando foi o meu momento de ministrar a oficina: Jogos e brincadeiras. Utilizei como referência bibliográfica essencialmente:

BOAL, Augusto. Jogos para atores e não-atores.

SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro.

Também utilizei alguns outros jogos que aprendi no decorrer dos meus estudos teatrais.

Percebo também, aplicando tais jogos, que às vezes o que não é importante para mim, pode ser importante para o outro. Vi isso na primeira dinâmica que apresentei que o objetivo era fazer uma apresentação informal em forma de entrevista, ou seja, um entrevistava o outro e na segunda etapa deveria apresentá-lo ao grande grupo.

Fiquei muito feliz com os resultados da viagem, tanto do espetáculo que obviamente ainda deve ser melhorado, no sentido técnico, qualidade das ações físicas, qualidade vocal e etc., mas creio estarmos no caminho certo. Bem como o resultado da oficina, que ao ver minhas “alunas”, como assim denominaram-se, enviando-me e-mails, elogiando a oficina e com interesse em conhecer mais sobre teatro, vejo que pude plantar uma sementinha ali. Isso me deixa muito feliz, porque estudo e prático teatro como forma de vida, de educação e também de divertimento.

Sem falar na sensação de andar de avião, que é aproximar-se do divino. Observar a imensidão da vida, enfim. A hospitalidade das pessoas que conhecemos, o museu, as ruas e casas antigas, aliás, a cidade está completando mais de 360 anos então tem muitas belezas a serem contempladas.

O curso de Licenciatura em Teatro e principalmente o Núcleo de teatro tem-me aberto portas significativas, aos poucos estão aparecendo os resultados do nosso trabalho-estudo que só motivam ainda mais seguir neste caminho. Espero que as portas sigam abrindo-se, sem segredos.

Dois pensamentos perduram:

O conhecimento de meus limites;

As diferenças presentes em nosso cotidiano, mas que não nos separam.

O que ficou?

Vontade de estudar ainda mais.

O que muda?

Agora os estudos práticos começam a atingir novos rumos, isso me instiga ainda mais a criar, não apenas para ficar dentro de um espaço, mas para percorrer por espaços, lugares e cidades.

Agradeço muito ao nosso Mestre Adriano Morais e aos meus colegas, com os quais também aprendo muito.

Texto por Tai Fernandes.

Experiência em Paranaguá – PR


Mata Atlântica, bananeiras, muitas bananeiras, de um lado um paredão de rochas, do outro um precipício onde as nuvens deixavam a cargo da nossa imaginação inventar um fundo nesse abismo profundo; não levou mais de 1 km para a minha imaginação se perder e se aprofundar em outra névoa. Minha boca podia estar relaxada, mas, meus olhos sorriam depois de um fim de semana mais que especial.

Uma cidade maravilhosa, companhias agradáveis, viagem de avião, hotel confortável, boas refeições, absolutamente sem deixar nada a desejar e até um “gato” nunca antes tão espontâneo. Quando eu imaginaria em minha vida estar passando por momentos como estes proporcionados por meu próprio trabalho e esforço?

Nos olhos dos outros, percebo, por vezes, uma admiração com a rapidez que as coisas estão acontecendo comigo, afinal, estou cursando o primeiro semestre da faculdade, já faço parte de um projeto de extensão, acabo de ser contemplada com uma bolsa e já estou caindo na estrada com o teatro. Ok, tenho que concordar, nem eu seria capaz de imaginar uma possibilidade melhor dentro da realidade que estou inserida. Essa imersão no teatro não só me qualifica profissionalmente como me esclarece tantas das questões que me tiram o sono.

Era nesse cenário que duas vertentes de minhas idéias se digladiavam, de um lado a satisfação do aprendiz, do aluno ser sem luz, sendo iluminada pelas experiências vividas e de outro a insatisfação do real aproveitamento daquela vivência. A todos os momentos eu pensava: “é isso que eu quero para a minha vida, viver viajando, mostrando meu trabalho, trocando experiências, instigando as pessoas...” mas porque então a minha mente não relaxava e aproveitava a paisagem? Era como se eu estivesse jogando “é bom mas nem tanto” sozinha.

A vertente oposta a esse abrasileirado “sonho americano” era exatamente a possibilidade da continuidade dele uma vez que eu tivesse que andar com as minhas próprias pernas. Imagine essa mesma pessoa que vos escreve, formada, fora de uma instituição federal, sem qualquer apadrinhamento, cheia de conhecimento e vontades, conseguiria ela viajar o Brasil, o mundo com sua arte? Teria o apoio de sua pátria amada? Teria os ouvidos dos filhos desse solo?

Para Beuys, mestre da performance, as mudanças na estrutura social e política do mundo aconteceria somente a partir da arte. A história pessoal do artista transforma arte em política e política em arte. Beuys defende que “somente a arte, isto é, a arte concebida ao mesmo tempo como autodeterminação criativa e como processo que gera a criação, é capaz de nos libertar e de nos conduzir rumo a uma sociedade alternativa”.

Infindas Dialéticas humanas, achismos e achados à parte, mesmo ainda sem certezas, a principal lição que trago na mala, (lição essa tirada metade por coisas que gostei e a outra metade de coisas que não quero jamais repetir) é que a Educação é um dos pontos chaves para a solução de problemas que muitos artistas e profissionais em geral enfrentam na sua lida diária, e não só é como deve ser objeto de muita atenção e trabalho.

Amei a experiência e cada vez mais me orgulho de estar me tornando uma arte-educadora, quero mais!

Texto por Martha Grill.

Paranaguá


Relato do dia 17 de julho, sábado, no seminário de pedagogia da UAB...

O Hino de Paranaguá é uma musica animada.

A palestra do Adriano, nosso coordenador foi muito boa de ouvir, ele falava sobre educação usando como uma das principais referências, Paulo Freire .

Quanto à apresentação de “E O gato Não comeu”, me diverti mesmo atrás da cena, o tempo inteiro, ou quase; algumas coisas ainda precisam de mais ritmo, talvez. Quanto a minha atuação, senti mais necessidade de ações físicas diferentes, repeti muitas vezes o mesmo movimento, e poderia acrescentar mais algo ao texto.

A oficina foi rápida, tentei ser o mais dinâmico possível, acho que consegui envolver os participantes e fazer que “sacudissem o esqueleto”, ou quase, o resultado foi bom.

Um texto breve e objetivo desse dia.

Evoéros aos leitores do blog.


Texto por Maurício Mezzomo.

Experiência em Paranaguá – PR


Viajar é sempre muito bom. Conhecer lugares, costumes, pessoas, vidas. Para mim isso enfatiza esta minha vontade de saber, de voar. As pessoas podem vivenciar o que estou escrevendo, pois todos podem viajar; mas eu viajei com o teatro, e se elas não vivem neste pequeno universo, possivelmente não iram saber do que estou falando. De primeira você logo já viaja a trabalho, e não estou falando apenas da apresentação da obra do grupo nem das oficinas ministradas pelos tais artistas, e sim do trabalho individual que cada membro deste grupo realiza. Falarei sobre o meu trabalho, pois sei reconhecer, por motivos óbvios, ele em mim.

Talvez seja de praxe dizer que sou um observador astuto dos outros, das coisas a minha volta. Reconheço em mim um artista, pois consigo perceber através da minha sensibilidade os pequenos prazeres da vida, as mais escondidas belezas e horrorozidades do mundo. Vejo onde quase sempre não se tem nada para ver.

Durante a viagem que fiz a Paranaguá com o meu grupo de teatro, pude perceber muito mais do que o perceptível . De inicio, já me encantei pelas nuvens do céu. Digo do céu de cima, pois foi a primeira vez que andei de avião e pude vê-las por cima. Pode parecer simplório, mas acreditem, não; não foi.

Na cidade o que mais me chamou atenção foram as cores envelhecidas. Todas querendo gritar, mas a chuva que caia e os anos que ali se prendiam não as deixavam. Mesmo assim, ali se via uma pureza única. Toda em sintonia com os que ali vivem. E ali viviam. No meu interior estão guardados os mais variados gestos e vozes do povo de lá. Principalmente daqueles que não pediam para chegar, surgiam. A senhora Rosemary, o nordestino viajante, o menino engraxate, que diga-se de passagem nos rondou 4 vezes de baixo de chuva. A senhora agradecida por poder comer o que havia restado do nosso almoço. E as muitas caras que vi, que me virão, que senti, que me sentiram.

Acredito que todos no meu grupo tiveram esta idéia de guardar de uma maneira única o que ali se percebia. Não só porque de fato, quando se viaja se tenta ao máximo extrair o que o lugar tem a oferecer, mas muito mais por serem artistas, e saberem reconhecer o seu lugar de trabalho e as ferramentas disponíveis.

Apesar de ter sido apenas um final de semana, a convivência com o grupo foi intensa e eficaz. Digo isso, pois nos doamos a nós mesmos, a trupe de estudantes atores se viu como uma grande família de estudantes artistas. Juntos, compartilhamos nossos saberes e adquirimos novos. Tudo porque estávamos disponíveis, embarcados no mesmo ideal. Este fator influenciou a todos, e se refletiu em nosso trabalho.

Pela primeira vez apresentamos a peça com uma liberdade não testada anteriormente. Não que antes fossemos presos a algo, a um código. Mas nos sentimos muito mais a vontade em cena, muito mais cientes do que estávamos fazendo, consequentemente transformamos todo o trabalho em um grande prazer.

Não posso deixar de perceber e realçar as experiências trocadas no “Seminário de Pedagogia da UAB”. Ver aquelas pessoas ali, discutindo e propondo novos olhares ao ensino, as quais passam diariamente pela realidade da docência, nos forneceu no mínimo uma reflexão acerca do nosso trabalho como educadores.

Enfim, suponho que a troca adquirida nesta viagem, e que foi sentida por mim, está sendo sentida, será sentida com certeza durante um bom tempo. A troca de fato iniciou.

Texto por Rodrigo Rocha.