terça-feira, 3 de agosto de 2010

Experiência em Paranaguá – PR


O núcleo de teatro da UFPel, projeto de extensão, foi convidado a apresentar seu espetáculo infantil: E o gato não comeu no Congresso da Pedagogia, EAD (ensino a distância) via UFPel.

Este espetáculo trata de brincadeiras criadas por crianças, que leva até os mais antigos a relembrarem sua infância. Também fomos encarregados de ministrar algumas oficinas de Teatro.

Achei muito interessante a oficina que participei no congresso: Inclusão na Educação, pois aprendi que é mais fácil do que parece incluir.

No Paraná, particularmente, o governo investe em materiais para incluir portadores de necessidades especiais. Tive contato nesta oficina com um deficiente visual, e percebi através de seu depoimento que na verdade é ele quem acaba ensinando aos professores. Já tendo sido rejeitado, não desistiu de estudar e busca ensinar aos professores métodos para sua aprendizagem.

Pude perceber que a educação está impregnada naquelas pessoas e em suas atitudes (na maioria delas pelo menos) e isso me fortalece a continuar em um curso de Licenciatura.

A idéia de que não há um ensinamento autoritário (de fora para dentro) e sim uma troca entre aluno e professor fica cada vez mais intensificado em mim. E desse método (construtivista) utilizei-me quando foi o meu momento de ministrar a oficina: Jogos e brincadeiras. Utilizei como referência bibliográfica essencialmente:

BOAL, Augusto. Jogos para atores e não-atores.

SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro.

Também utilizei alguns outros jogos que aprendi no decorrer dos meus estudos teatrais.

Percebo também, aplicando tais jogos, que às vezes o que não é importante para mim, pode ser importante para o outro. Vi isso na primeira dinâmica que apresentei que o objetivo era fazer uma apresentação informal em forma de entrevista, ou seja, um entrevistava o outro e na segunda etapa deveria apresentá-lo ao grande grupo.

Fiquei muito feliz com os resultados da viagem, tanto do espetáculo que obviamente ainda deve ser melhorado, no sentido técnico, qualidade das ações físicas, qualidade vocal e etc., mas creio estarmos no caminho certo. Bem como o resultado da oficina, que ao ver minhas “alunas”, como assim denominaram-se, enviando-me e-mails, elogiando a oficina e com interesse em conhecer mais sobre teatro, vejo que pude plantar uma sementinha ali. Isso me deixa muito feliz, porque estudo e prático teatro como forma de vida, de educação e também de divertimento.

Sem falar na sensação de andar de avião, que é aproximar-se do divino. Observar a imensidão da vida, enfim. A hospitalidade das pessoas que conhecemos, o museu, as ruas e casas antigas, aliás, a cidade está completando mais de 360 anos então tem muitas belezas a serem contempladas.

O curso de Licenciatura em Teatro e principalmente o Núcleo de teatro tem-me aberto portas significativas, aos poucos estão aparecendo os resultados do nosso trabalho-estudo que só motivam ainda mais seguir neste caminho. Espero que as portas sigam abrindo-se, sem segredos.

Dois pensamentos perduram:

O conhecimento de meus limites;

As diferenças presentes em nosso cotidiano, mas que não nos separam.

O que ficou?

Vontade de estudar ainda mais.

O que muda?

Agora os estudos práticos começam a atingir novos rumos, isso me instiga ainda mais a criar, não apenas para ficar dentro de um espaço, mas para percorrer por espaços, lugares e cidades.

Agradeço muito ao nosso Mestre Adriano Morais e aos meus colegas, com os quais também aprendo muito.

Texto por Tai Fernandes.

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