segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Reflexão final: a descoberta de um teatro próprio

Por Laerte Sancho

Temos realizado um trabalho com alicerces “stanislavskianos” e “grotowskianos”, que nos levam a trabalhar a relação com o espectador, que buscamos atingir através da ação física. O foco do trabalho está na pesquisa teatral, onde experimentamos maneiras diversas de fazer teatro, sem fugir as bases, mas buscando sempre adaptações que preencham as necessidades que aparecem.

Além da função de ator, todos os integrantes do núcleo exercem diversas outras funções dentro do projeto, para que o mesmo ande, o que nos traz uma forte identidade de grupo e trabalha o senso de responsabilidade.

Ao “embarcar” no Núcleo de Teatro Universitário possuía e ainda possuo expectativas evolucionais teórico/práticas e de grupo, vejo hoje que o caminho a percorrer é longo e pode der árduo, afinal sempre temos obstáculo; e o maior deles, para mim é que devido a grande demanda de trabalho da época em que entrei, os grupos de estudo não aconteciam mais e a carga de treinamento havida diminuído, fora isso é claro que há a minha falta de técnica, há também esse tempo que desperdicei durantes anos sem estudo e sem aplicar o preceito mais difundido no núcleo, a autonomia do ator.

Hoje sou capaz de avaliar essa deficiência técnica graças ao trabalho realizado com meus colegas. Vejo a necessidade de me aprimorar, o que já estou buscando, finalmente exercitando o preceito adquirido.

Há o projeto escola itinerante de espectadores que funciona a partir do núcleo e tem como objetivo formar espectadores, mostrando-lhes o teatro de um podo que possam compreender sua importância e incentivando o interesse. Para tal usamos o espetáculo-jogo “... e o gato não comeu!!!” que tem o jogo todo explicito para assim ensinar sobre o fazer teatral as crianças, suas espectadoras; isso se soma a outros projetos e trabalhos realizados durante o percurso. Meu modo de contribuir com o trabalho tem sido com a pratica do trabalho de ator e de outras funções que apareceu, me preocupo com bom andamento do projeto, então ajudo com o que posso, penso que cada um contribuindo com pequenas coisas continuaremos a crescer, tanto individualmente como em grupos e em comunidade, onde temos feito muitos progressos.

Nossa relação com a comunidade tem caminhado a passos largos e tenho uma visão de um horizonte promissor.

Penso no trabalho realizado como exercícios dos mais diversos tipos como tudo o que venho dizendo até aqui inclusive essa reflexão mesmo; tudo o que tenho trabalhado me leva a crescer e de algum modo me dá o impulso para a realização de minhas expectativas iniciais de evolução. Desde a convivência com o grupo até a convivência comigo mesmo dentro do grupo me refletem bem além da superfície, com que estamos acostumados a nos ver, o que me leva a uma sensação incrível desse crescimento.


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