terça-feira, 25 de maio de 2010

PROEXT CULTURA

Inicia em junho próximo o projeto "Escola Itinerante de Espectadores", do Núcleo de Teatro da UFPel, e patrocinado pelo PROEXT CULTURA.

O projeto prevê as seguintes ações:

1. Espetáculo infantil que será apresentado entre junho e agosto nas escolas da rede pública municipal.
2. Espetáculo adulto que será apresentado na UFPel, na UNIPAMPA e na FURG.
3. Realização de oficinas e workshops para artistas locais e alunos das escolas que receberem espetáculos.
4. Realização do II Festival de Teatro Universitário de Pelotas, que neste ano concentrará atividades na área de formação técnica de atores e professores de teatro.

Em breve mais informações.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

De Fortaleza ao Núcleo

Bom, minha vivência no teatro começou a dois anos atrás, em Fortaleza. Eu tinha 16 anos, quando pela primeira vez fui em uma aula de teatro. Confesso que não queria fazer teatro, mas minha tia Klina, por parte de mãe, insistiu tanto para eu fazer teatro, que acabei indo.

Então, no primeiro semestre de 2008, estava eu na minha primeira aula de teatro. O nome do professor era Joca Andrade. Quando cheguei na aula, achei o pessoal muito 'estranho'. E essa primeira aula despertou muita minha curiosidade. Na segunda já gostei um pouco mais. Na terceira já estava literalmente apaixonado pelo teatro.

Quando me dei por conta estava tão 'estranho' quanto as pessoas que julguei antes de 'estranhas'. Mas infelizmente minha vivência no TJA (Teatro José de Alencar) durou só três meses, pois não fui selecionado para o penúltimo módulo.

Comecei então a fazer teatro no colégio. Mas, não gostava muito. Isso aconteceu durante o 2° ano do ensino médio. Quando passei para o terceiro ano não pude fazer teatro, pois não tinha tempo. Nesse ano fiquei muito confuso se iria ou não fazer vestibular para teatro e, graças a minha mãe, Stela Marcia Moreira Rosa, acabei fazendo.

A parte chata da história foi que não passei no vestibular, mas com o SISU, projeto do governo para entrar na faculdade, meu futuro mudou. Agora, em 2010, vem a melhor parte, acabei entrando na UFPEL pelo SISU e em Pelotas estou cursando o curso de Teatro no 1° semestre e também estou participando do Núcleo de Teatro da UFPel.

texto de Andrey Rosa

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Experiência

Neste texto, eu, Tatiana dos Santos Duarte, apresento um breve relato sobre minha trajetória com o teatro: minhas experiências, frustrações e tudo aquilo que me motivou a entrar neste mundo das artes cênicas.

Meu contato inicial com teatro foi em 1998, no grupo chamado Cacilda Becker da cidade de Rio Grande, onde residia. Comecei a freqüentar esse grupo por influência de minha irmã. Ela já estava no grupo há algum tempo e me convidou para assistir a um ensaio. Vi que pela minha timidez teria um enorme desafio para desenvolver esse tipo de trabalho.

Lembro-me do primeiro ensaio que assisti: minha irmã e todos do grupo estavam ensaiando. Fiquei observando. Percebi uma concentração de todos no trabalho. Uma espécie de concentração total, relacionada com o espaço físico (o palco e o corpo). Todos estavam totalmente entregues ao que estavam fazendo. Eu, muito tímida, não conseguia ficar à vontade com meu próprio corpo. Entretanto, fiquei encantada. O que era realmente aquele estado? Como eles conseguiam ficar tão entregues?

Desse modo, entrei no desafio de fazer teatro. Estavam ensaiando um musical: Feminino ao Plural, as Frenéticas, com a direção de Andre Loureiro. Tivemos muitas dificuldades. Eu, particularmente, de encarar horas de ensaio. Alguns ensaios eram terrivelmente fracos, outros maravilhosos. Mas aquele encantamento inicial dizia que eu devia ter persistência. Resultado: fiquei nesse grupo por cinco anos.

Quando tive experiências com outros grupos, percebi que era necessário uma adaptação. Cada um desses grupos que entrei possuía uma forma de trabalho diferente. Mas, havia um ponto em comum: todos enfatizavam o texto. Minha maior dificuldade era memorizar textos. Com um pouco de estudo dos textos meu problema de memorização era minimizado.

Quando conheci o diretor João Bosco B., para mim um dos artistas que mais me influenciou na minha formação de atriz. João trabalha com Performances Escatológicas. Fazíamos muitas intervenções pelas ruas. Tudo, para mim, era diferente, pois ficávamos muito expostos aos espectadores: suas histórias de vida, seus conhecimentos específicos, etc. Tinha dúvidas sobre como o público podia entender o que estávamos tentando comunicar. Nosso principal tema eram as taras humanas e o caos que, de certo modo, governa uma sociedade. A relação com o público era muito intrigante. Apresentamos, com esse diretor, os Assassinos. Esse trabalho foi apresentado em palco italiano. Diferente das performances, mas usamos todos os espaços: desde o palco à platéia. Os Assassinos tinha um figurino bem ousado. Também tinha um texto forte. Colocamos no texto o cinismo da humanidade em foco.

Agora, no curso de Teatro e no Núcleo de teatro da UFPel, começo a compreender que o estabelecimento de uma disciplina de trabalho é fundamental para a formação do ator. É preciso treinar o corpo, a voz, e constantemente construie e desconstruir nossos trajetos, para com isso explorarmos ao máximo nossas potencialidades.

Com o estabelecimento de uma disciplina estou criando uma técnica. Antes era puro instinto. Agora, com todos esse estudos (não apenas no Núcleo, mas também no âmbito do curso de Teatro) estou ampliando minhas possibilidades de criação atoral. Antes era tudo muito solto, vago.

Estou, no curso de Teatro e no Núcleo de Teatro, vivenciando o teatro mais intensamente. Percebo que ao acentuar meus estudos tanto teóricos, quanto corporais, estou adquirindo uma técnica. As ações físicas conformam o foco principal no desenvolvimento do meu trabalho: “ a ação que é explorada em mim que reflete nos outros”

Além de ter um hábito novo de trabalho, desenvolvo um diário. Esse diário é onde registro todo o meu processo. Com ele posso acompanhar minhas descobertas, verificar meus erros e acertos. Percebo também, com os registros, como o grupo se coloca frente aos problemas e desafios. Fazendo esse registro fica então para mim evidente quando leio, onde estão os defeitos e como vou melhorar o trabalho para um bom desenvolvimento de minha técnica.

Registro coisas que não entendo, os bloqueios que não sei identificar. Espero que com o tempo, com estudos e dedicação minha técnica pode se desenvolver mais rapidamente. Tem sido, para mim, muito importante estar com um grupo que queira se entregar a todas essa descobertas. Mesmo que haja desencontros, e muitas discussões, tudo é pautado pelo trabalho. Todos os integrantes querem entender algumas das possibilidades do trabalho do ator.


texto de Tatiana Duarte

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Lapsos e colapsos

31 de julho de 2008. [nessa data, escrevi o texto abaixo]


Não poderia partir de outro ponto se não o dia desta escrita. Sabemos disto mais do que ninguém. Dia a dia nos fazemos. Os tempos, as dores, os espaços, nossas lembranças, todas as nossas conversas, todas as imagens e incertezas: tudo é fruto de um movimento complexo e que muitas vezes não é considerado por utilizar lógicas não positivistas, matemáticas, “sígnicas” (uma interferência de Durand! O neologismo é uma brincadeira minha – fala de minha diurnidade). Lapsos e Colapsos.

[Pausa. Fui ver uma imagens dequele tempo]


O menino de aproximadamente 14 anos, o ano era 1989, viu o espetáculo ZYDRINA. Encantou-se. Teve naquele momento um prazer tão grande que seu corpo não sobrevive mais sem aquela sensação: orgasmo! A mãe religiosa certamente teve algum pânico: ele se importou? Não. Depois de estudar como bolsista por três anos em um colégio de padres que não possuía padres – possuía umas diretoras tradicionalíssimas – seguiu para São Paulo – teve orgasmos de fato! A imagem do espetáculo que havia assistido enquanto menino reverberava na sua carne mais do que nunca. Era uma memória que não tinha precedente.
A casa que o acolheu foi de uma tia muito velha, era quase uma avó, tia Alzira: cabelos brancos, voz suave, diabética de aplicação de insulina diária (e comia colheradas de “nescau”, escondida das filhas: uma operária, uma religiosa da igreja batista, uma promotora gostosona, uma presbiteriana). Ficou nesse lugar até ir para um emprego que durou três dias: tentaram condicionar seu corpo, acostumado pelo ZYDRINA a certos prazeres a outras coisas, a carregar sacos de batatas (um sub-emprego no McDonalds). Jogou os sacos de batatas no chão e foi participar de um seminário sobre “imagens do inconsciente”: conheceu duas pessoas importantes: Rubens Correa, Antonin Artaud.

O ator é como um verdadeiro atleta físico, mas com a seguinte correção surpreendente, que ao organismo do atleta corresponde um organismo afetivo análogo e que é paralelo ao outro, que é como o duplo do outro embora não atue no mesmo plano.
O ator é como um atleta do coração.
Também para ele vale esta divisão do homem em três mundos, e a esfera afetiva lhe pertence por direito.
Ela lhe pertence organicamente.
Os movimentos musculares do esforço são como a efígie de um outro esforço duplo, e que nos movimentos do jogo dramático se localizam nos mesmos pontos.
Ali onde o atleta se apóia para correr é o mesmo lugar onde o ator se apóia para lançar uma imprecação espasmódica, mas cujo curso é rejeitado para o interior.
Todas as surpresas da luta, da luta livre, dos cem metros, do salto em altura encontram, no movimento das paixões, bases orgânicas análogas, tem os mesmos pontos físicos de sustentação.
Com a correção de que aqui o movimento é inverso e que, em relação à respiração por exemplo, enquanto no ator o corpo é apoiado pela respiração, no lutador, no atleta físico é a respiração que se apóia no corpo.
(...)
O que a respiração voluntária provoca é uma reaparição espontânea de vida. Como uma voz nos corredores infinitos cujas margens dormem guerreiros. O sino matinal ou a trompa de guerra atuam sobre eles para lançá-los regularmente na refrega. Mas se uma criança de repente gritar “olha o lobo”, esses mesmos guerreiros despertarão. Despertarão no meio da noite. Alarme falso: os soldados voltam para os quartéis. Mas não: chocam-se contra grupos hostis, caíram numa verdadeira armadilha. Aquela criança gritou no sonho. Seu inconsciente mais sensível e flutuante se chocou com uma tropa de inimigos. Assim, por via indireta, a mentira provocada do teatro recai sobre uma realidade mais temível que a outra e da qual a vida não suspeita.

As falas de Artaud reverberam sempre e muito na minha vida. O teatro para mim, depois daquele encontro, não era o mesmo.

Em São Paulo permaneci por algum tempo.

Fiquei extasiado com Atunes Filho, um homem do teatro, não do espetáculo – seus motivos são vivos, não há aparências, o homem é um ser vivo.

[Pausa. fui ao site do CPT ver imagens, ler comentários]

Antunes me ensinou muito sobre ilusão. Cada um dos espetáculos seus que vi estão marcados em meu corpo. Como nos lembra Danis Bois, apoiado em Merleau-Ponty,
O mundo da percepção invade o do movimento (...) Igualmente, o mundo das idéias invade o da linguagem (a gente o pensa) que, inversamente, invade o das idéias (a gente pensa porque fala).

[...]

Desculpe, disse que estava em pleno devaneio e, de repente, veio uma citação formal.

[...]

Antunes me ensinou o que eu não compreendera com ZYDRINA.

[...]

Depois de ter visto por algum tempo teatro em São Paulo, me desloquei para o Rio. Não que houvesse algo ali que realmente me interessava. Era o entusiasmo de todos em imaginar que eu poderia quem sabe ser um astro de TV.
Passei pela Globo por duas vezes: uma para pagar o aluguel (participei como ator de uma abertura de novela e outra para namorar)
Um dia estive em uma festa na casa de uma atriz da Globo que, com sua infelicidade estampada, me fez voltar para São Paulo.


[...]

Quando cheguei em São Paulo, de volta, num de meus divertimentos, apaixonei-me. Fiquei sem fazer nada por seis meses. (hoje sinto saudades desse fazer nada proporcionado por esse amor)

[...]

Quando o amor se foi, voltei à Paranavaí, minha terra natal e retomei Artaud e Antunes numa empreitada deliciosa entre 1994 e 1996.
Esses dois anos foram de uma produção invejável: conheci Elmita, uma professora de literatura (da qual sou discípulo). Com ela tive as melhores e mais sinceras experiências com práticas de ensino. Ela me deixou à vontade para conduzir cerca de 200 crianças numa investigação sobre literatura. O entusiasmo dela era tão grande que eu me deliciei por um ano inteiro com um encontro diário com crianças: houve uma certa osmose: tornei-me um pouco criança para sempre.
No mesmo ano dessa experiência como professor (minha primeira e mais feliz), conheci Emir. O meu diretor modelo.
Elmita e Emir foram meus mais autênticos professores. Com eles aprendi liberdade de fazer. Emir morreu antes desses dois anos. Elmita está ainda lá. Deve vir para Pelotas ainda neste ano – por causa dos meus sentimentos de saudade!!


Quando Emir morreu fiquei um tempo sem chão. Ele morreu no dia da estréia de um espetáculo no qual eu era o protagonista. A estréia teve que ocorrer uma semana depois. O choro que verti foi para lavar seu próprio pulmão e veias: Emir era boêmio, de wisky, Chop e cigarros Charm.

Três meses da morte de Emir a Fundação Cultural de Paranavaí nos barrou os ensaios. Não hesitei!! Aluguei um espaço e fundei com alguns amigos o “Teatro Emir Mância”. Elmita era sua maior colaboradora. No teatro atendemos mais de 200 crianças por semana e montamos uma quantidade enorme de espetáculos.
Manter um teatro no Brasil é extremamente difícil. Fui à falência no ano seguinte. Tive que vender tudo o que possuía. Elmita me ajudou, mas eu sou imperioso, quis pagar cada centavo!!


[...]

Depois da falência, fui para Londrina. Conheci Marcelo. Fui tomado de paixão por ele. Casei até hoje: o ano era 1997. Cursei Artes Cênicas – Interpretação Teatral na UEL – Universidade Estadual de Londrina, a primeira turma do curso.
Trabalhei com Nitis Jacon, diretora de ZYDRINA. Com Nitis aprendi que a vida é podre. Claro, ela enquanto dama do teatro brasileiro me ensinou política. O trabalho com a organização do FILO, Festival de Teatro Internacional de Londrina, me colocou em sintonia com a minha profissão. Como as questões de mercado me amedrontam, fugi para o mestrado em Teatro em Florianópolis. Fui feliz em Londrina, mas o preço era alto demais para meu corpo artaudiano.
Em Florianópolis, antes de ingressar no mestrado, iniciei uma prática como docente de Dramaturgia na UDESC. Ensinei do Drama Aristotélico ao Drama Épico. Foi uma das melhores escolas que já tive: os alunos foram meus companheiros. Fui sincero com eles e construímos conhecimento juntos.


[...]

Aí entrei para o mestrado. Fui orientado por Biange (Beatriz Cabral). Certamente, uma das educadoras em teatro-educação mais generosas que já conheci. Biange respeitou meus tempos. No mestrado trabalhei com temáticas que me permitem investigar sistemas de ensino e de metodologias de teatro na escola e em comunidades.

[...]

Pausa

[...]

Hamlet é uma obra que tem o alcance do mito; fixada na consciência cultural européia, possui a capacidade singular de engordar a nossa verdade sobre a condição humana. Poderíamos dizer; mostra-me como vês Hamlet e eu te direi quem és.

[...]

Hoje estou aqui. Vivo em Pelotas. Trabalho arduamente para construir um Núcleo de Teatro audacioso. Muitas vezes minha paixão é tomada por fúria, outras vezes por ser imperativo. Outras ainda por ser hiperativo.

[Pausa.]

O que sinto na gestação da poesia? Paciência. (Adélia Prado)


texto de Adriano Moraes

terça-feira, 11 de maio de 2010

O Grito e o Gozo

O treinamento de ator que praticamos no Núcleo de Teatro é uma oportunidade de desenvolvimento e conhecimento corporal, onde realizamos exercícios a fim de descobrir nossas possibilidades corporais. O treino nos proporciona um encontro com o nosso organismo, tocando através de exercícios em pontos esquecidos e nunca usados. Além de algumas sensações mais normais, como cansaço devido a realização de exercícios com grande movimentação, eu, já passei por duas experiências durante o treinamento que me deixaram um pouco surpreso. A primeira experiência foi no ano de 2009 em uma prática de giro, enquanto eu girava saiam gritos descontrolados, quanto mais eu girava menos controle eu tinha , tentava parar de gritar, mas era alguma reação do meu corpo, do meu organismo, gritos acompanhados de uma sensação de ódio sem motivo. O corpo agindo sem pensar.

A segunda experiência foi em 2010, onde fiz toda seqüência de exercícios : varri a sala de trabalho, fiz 30 minutos de alongamentos, 30 minutos de trabalho de planta raiz, 20 minutos de giro, 45 minutos de dança dos ventos e 10 minutos de relaxamento. Treino feito, sem nenhuma dificuldade, treinei normalmente, experimentando, explorando e transpirando. A sensação após a última prática( o relaxamento ) era estranha, não era prazerosa nem cansativa, o que senti no corpo é difícil de entender ou explicar, mas ejaculei, após relaxar ejaculei, não estava excitado, nem acho que tive um orgasmo, foi uma sensação estranha, um modo diferente de ejacular, foi uma reação inesperada, não como no sexo que sentimos que o gozo está vindo, nessa experiência durante o treino apenas gozei, sem reações ou sensações prévias que me preparariam para aquilo, foi simples, achei que estava com vontade de urinar e ejaculei.

Para mim, estas experiências provam que o treinamento tem resultado, que realmente nos deixa mais sensíveis e que trabalha e toca em pontos que ainda não temos controle.
texto de Maurício Rodrigues

sexta-feira, 7 de maio de 2010

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Minha pequena história

Fiz uma oficina, que durou uns três meses - na faculdade Atlântico Sul, enquanto eu fazia o curso de Ed. Física - no primeiro semestre de 2008. Quem dava a oficina era o Augusto Amaral, professor da faculdade. Gostei muito das experiências que vivenciei lá. Sai do curso de Ed. Física e fiz vestibular para Dança-teatro, na UFPel, no segundo semestre do mesmo ano. Nunca tinha feito teatro por essa a vida afora, quando entrei num projeto do Núcleo de Teatro que era aos sábados e que envolvia estudantes de teatro e de dança-teatro. No final de 2008, entrei para o Núcleo de Teatro participando dos treinos físicos para ator, e apartir de Janeiro de 2009, da montagem da peça 'CRIAS', uma readaptação da peça 'As Criadas' de Jean Genet, estreando em março do mesmo ano.
Posso dizer, praticamente, que foi dentro do Núcleo de Teatro que eu comecei a fazer teatro, ou estudar e pesquisar - assim fica mais correto, para mim -, algo que eu nunca fiz na vida, mas que de alguma forma me pega, que penetra nos sentidos e razões, que me liga a vida e a morte. Mostrando-me todas as faces, todos os espíritos, delitos e tudo aquilo que não tem nome, que está enraizado em mim, que me forma e me destróí.


Texto de Elias Pintanel

O sentido


O sentido de treinar é aquele de quem redescobre o próprio corpo.
Descobre como vê,
como reage seus músculos ao que o olho vê.
Mais que isso,
como os músculos agem quando um cheiro os penetra.
Ainda mais,
como se movimenta a epiderme quando um som
(seja ruído ou não)
o atinge.
Quando a boca é alterada por uma lembrança ou gosto concreto.
Quando a pele reage ao mundo.


No Núcleo de Teatro da UFPel nos reaprendemos.
adriano moraes

terça-feira, 4 de maio de 2010

Caminho teatral

Me chamo Tai Fernandes, sou natural de Bagé e vou falar resumidamente sobre a minha experiência com o teatro. Comecei, na minha cidade, com uma nova formação de grupo coordenado por Gladimir Aguzzi que é jornalista, escritor e trabalhou muitos anos como ator nos grandes centros, como Rio de janeiro e São Paulo. Participei, neste grupo, cerca de dois anos, apresentando: Pluft o fantasminha, de Maria Clara Machado e outras peças em forma de esquetes, escritas pelo próprio diretor. Logo, comecei a cursar Luzarte escola de atores, que tem sua sede em Santa Maria. Nesse curso profissionalizante, tinhamos aulas uma vez por semana, práticas e teóricas, com Vanessa Giovanella, tivemos aulas de televisão com alguns atores que trabalham em rede nacional como também aulas de técnicas circences com profissionais de todo o Brasil. Apresentamos três espetáculos: Cândida Erêndira e sua avó desalmada de Gabriel Garcia Márquez, o Divino Melodrama de Jacques Prevért e O Moço que casou com mulher braba de Don Juan Manoel, atualizado por Alejandro Casona. Esse curso teve duração de dois anos e seis meses. Após concluí-lo, mudei-me para Pelotas onde imediatamente fui recebida no Teatro escola de pelotas (TEP), onde estudei por mais dois anos e participei da montagem de alguns trabalhos como A mulher que criou asas e As Três irmãs, textos de Valter Sobreiro, essas esquetes faziam parte de um projeto chamado Os Saltimbancos da terra de Agahscar, dirigidos por Barthira Franco e Fabrício Ghomes. Neste meio tempo participei de algumas oficinas como: teatro do absurdo (Neimar Marcos), oficina de técnicas circences (João Bachilli), dramaturgia (Aceves Moreno), treinamento do ator através do bastão (Marcelo Bonnes), coros trágicos (Marisa Bentancur), construção coletiva (Igor Simões) e Corpo, criação e comicidade (Jorge Alencar). Então, passei no vestibular da UFPel para Licenciatura em dança, o qual cursei apenas um semestre, tendo estudado alguns conceitos de Rudolf Laban e Eugênio Barba. Em março de 2010 ingressei no curso de Licenciatura em teatro. No mesmo período entrei para o Núcleo de teatro, onde fazemos treinamento do ator, grupo de estudos (Stanislavski, Grotowski,Thérese Bertherat) e experimentos poéticos. É um projeto de extensão, porém trabalhamos com pesquisa do ator, da voz, da respiração, do corpo, da improvisação, das ações físicas. Minha apresentação termina por aqui com um trecho escrito por Caio Fernando Abreu que remete à minha atual pesquisa: "Sobrevivo todos os dias a morte e a mim mesmo, e sinto que como uma virilidade escorrendo pelas veias" .

Texto de Tai Fernandes

sábado, 1 de maio de 2010

Canal de Vídeos de Teatro

Buscando vídeos do mestre Grotowski pela internet, acabei achando no youtube um canal onde tem muitos vídeos sobre teatro e dança.
Nesse canal se encontra vídeos de Grotowski, Meyerhold, Kantor, Bausch, teatros orientais, etc e etc, onde tem imagens de peças, de entrevistas e por aí vai.
Enfim, cá está um bom lugar para ver vídeos sobre teatro, dança e performances.

O nome do canal é THEATRO TV.

link: http://www.youtube.com/user/theatrotv


EVOÉROS!

Experiência Teatral

Meu primeiro contato com o teatro foi ainda na minha infância, através de um projeto de tempo integral na escola onde estudava, nesse projeto, fazia os cursos de teatro, dança e canto coral.
Meu primeiro espetáculo teatral foi no ensino fundamental de primeira a quarta série, estava na 3a ou 4a série e o nome do espetáculo era “O príncipe e o papagaio”, eu era um papagaio, preocupado em dizer o texto. A professora Eliane Gauze, que me dirigiu nessa peça foi a minha posterior diretora em meu grupo de teatro, Atlaspatoart, foi quem, aos dezessete anos reencontrei em uma oficina de teatro com duração de aproximadamente 8 meses, realizado pela prefeitura municipal de Pato Branco, ela era quem me dava novamente aulas de teatro, com duas aulas por semana de três horas, em outubro de 2005 apresentei uma peça de Jorge Amado chamada “O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá”, foi uma experiência única, não no sentido de ser a melhor da minha vida, mas por ter sido realmente uma só vez, lembro-me de entrar no palco depois de uma colega ter repetido a cena duas vezes, eu dando as minhas “dançadinhas”, indo pra lá e pra cá com o corpo, com insegurança no texto. Nesse mesmo mês entrei para o Grupo de Teatro Atlaspatoart, o qual fiz parte até o final de 2009.
No grupo Atlaspatoart construí minhas principais experienciais em teatro com maioria das peças escritas ou adaptadas por minha diretora, e também de outros integrantes do grupo, nesse grupo continuei tendo um pequeno contato com dança também. Esse era um grupo patrocinado, contávamos, além da diretora, com a coreógrafa Ingried Muller.
No meu antigo grupo fui a diferentes cidades, e construí além de minha concepção teatral um ambiente familiar, onde tinha meus melhores amigos. Foram experiências, em palco italiano, na rua, teatro empresarial, animação de festas, além de trabalharmos com algumas técnicas circenses.
Também trabalhei na atual Escola Municipal de Artes de Pato Branco, antes Centro de Artes, como instrutor de teatro, circo e também iniciei o projeto de musicalização.
Hoje faço parte do Núcleo de Teatro Universitário da UFPEL, onde posso ter uma experiência ainda mais intensa do fazer teatral.





Lucas Brizola e Maurício Mezzomo, em Shakespeare a`La Brasil (Releitura de Sonhos de uma noite de verão), 2009, pelo grupo Atlaspatoart.

Texto de Maurício Mezzomo